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Inteligência Artificial na Saúde: o que temos de novo, o que esperar e quais são as tendências para o futuro?

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Uma das tecnologias mais promissoras da atualidade, a inteligência artificial (IA) está em crescente utilização também na área de saúde. Sua aplicação está transformando diversos setores e possibilitando avanços significativos no desenvolvimento de novas técnicas para diagnóstico, tratamentos, terapias medicamentosas e pesquisas.

Grandes empresas de tecnologia, como a Alphabet do grupo Google, e instituições acadêmicas, como Stanford, Harvard, Oxford e Cambridge, têm liderado importantes estudos sobre a IA na área da saúde. No Brasil, universidades como a Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) também têm se destacado.

Segundo o relatório "Artificial intelligence index report 2022" da Universidade Stanford, houve um investimento de 11,3 bilhões de dólares em pesquisa e inovação em IA para medicina e saúde em 2021. Além disso, o setor tem sido o maior receptor de investimentos privados em IA nos últimos cinco anos, superando outros setores tradicionais, como o financeiro e o varejo.

 

Contexto histórico da IA na saúde

O termo “inteligência artificial” surgiu na década de 1950, quando as primeiras programações começaram a ser realizadas em ambientes acadêmicos. O responsável por articular uma visão completa sobre a tecnologia foi o cientista Alan Turing , no artigo “Computing Machinery and Intelligency”.

Na área da saúde, as soluções pioneiras de uso de inteligência artificial surgiram entre os anos 1960 e 1970, com sistemas como o Dendral e o MYCIN.

O Dendral, desenvolvido na Universidade de Stanford, nos EUA, foi um dos primeiros programas de inteligência artificial a serem usados especificamente para fins médicos. Ele realizava análises químicas por meio da interpretação de dados espectrográficos de substâncias, o que permitia "deduzir" a estrutura molecular das amostras.

Já o MYCIN, criado em 1972, era um sistema dotado de IA voltado para o tratamento de infecções sanguíneas. Sua proposta era diagnosticar pacientes com base em seus sintomas e resultados de testes médicos.

No Brasil, a inteligência artificial na área da saúde tem ganhado mais espaço, desde 2018, quando o Hospital Sírio-Libanês introduziu um software de IA que permite identificar riscos de câncer de pulmão a partir de exames de rotina.

Cada vez mais fáceis de usar, essas ferramentas têm se mostrado muito úteis em várias situações na jornada do paciente. Confira algumas delas:

 

Prevenção de doenças e monitoramento remoto

Em relação ao monitoramento remoto e prevenção de doenças, a IA tem desempenhado um papel fundamental. Com a ajuda de sensores, os softwares coletam dados em tempo real, permitindo que os médicos monitorem de perto o estado de saúde dos pacientes. Isso pode ajudar a identificar anomalias e mudanças significativas, permitindo intervenções precoces e evitando complicações graves.

A tecnologia também pode ser usada para prevenir doenças, identificar fatores de risco e desenvolver estratégias de prevenção personalizadas para cada indivíduo. Com base em dados coletados, a IA pode analisar padrões e tendências em grupos populacionais e prever o risco de desenvolvimento de doenças em pessoas com características semelhantes.

O setor de aplicativos para monitoramento da saúde, que inclui dispositivos vestíveis, como os smartwatches, é um dos segmentos que mais crescem na indústria de tecnologia. Segundo uma pesquisa realizada pela Deloitte, o mercado global de wearables focado na saúde deve chegar a US$ 30,1 bilhões até 2026.

Embora seja comum associar a tecnologia a dispositivos como relógios e pulseiras, essa inovaçãotambém pode ser utilizada como um monitor de ECG ou uma peça de roupa conectada.

Atualmente existem mais de 350 mil aplicativos de saúde digital disponíveis e a expectativa é que esse número cresça ainda mais nos próximos anos.

 

Aplicativos de gestão hospitalar

Os aplicativos de gestão de escalas com inteligência artificial são de grande valia para otimizar o gerenciamento do quadro de profissionais e garantir a eficiência dos atendimentos  presenciais e remotos.

Configurados de acordo com as regras da empresa, essas ferramentas evitam que os profissionais trabalhem além do previsto, o que reduz o desgaste das equipes e as horas extras, além de economizar tempo na elaboração da escala ideal de acordo com a demanda.

 

ChatGPT

Um nome que você com certeza já deve ter escutado e tem sido muito destacado pelas grandes mídias é o ChatGPT. Lançado no final do ano passado pela empresa líder em inteligência artificial, OpenAI, o Chat Generative Pre-Treated Transformer consiste em uma ferramenta de IA que funciona como uma espécie de bate-papo em que o usuário pode fazer perguntas sobre diversos assuntos e ainda solicitar respostas em formatos e idiomas diferentes.

Na área da saúde, segundo especialistas da Associação Brasileira de Telemedicina e Telessaúde (ABTMS), a ferramenta promete revolucionar o setor e pode aumentar a capacidade de telemonitoramento, gestão de pessoas em domicílio e oferecer orientações básicas sobre medicamentos e efeitos colaterais.

Os chatbots integrados com o ChatGPT podem ajudar no diagnóstico mais rápido e assertivo de pacientes, reduzindo a incidência de erros médicos e facilitando treinamentos para profissionais da saúde.

Hospitais e clínicas também podem ser beneficiados com a ferramenta a partir do uso na comunicação interna, mantendo dados para fins de histórico e tomadas de decisão mais automatizadas.

 

Existe perigo?

Embora o ChatGPT e outras ferramentas tragam benefícios para a saúde, é importante reconhecer que sua implementação pode apresentar riscos. Os sistemas de IA são treinados com dados existentes, o que significa que eles podem perpetuar vieses algorítmicos e erros. 

Na área da saúde, isso pode ser particularmente perigoso, pois erros de diagnóstico trazem consequências graves para os pacientes. Além disso, à medida que a IA se torna mais avançada, também há uma preocupação de que seja desenvolvida uma certa dependência dessas máquinas na tomada de decisões, o que pode levar a uma perda de controle humano e um aumento da dependência de tecnologia.

Em áreas que requerem contato humano, isso pode ser muito prejudicial e fazer com que os profissionais percam habilidades interpessoais caso confiem excessivamente na inteligência artificial.

 

E o futuro?

A inteligência artificial na área da saúde tem apresentado uma evolução significativa, principalmente na detecção de doenças por meio da análise de imagens e no desenvolvimento de algoritmos para analisar a progressão de cânceres.

Com a Medicina de Precisão, os tratamentos e diagnósticos têm se tornado personalizados, oferecendo maiores chances de cura e com menor necessidade de procedimentos invasivos.

Apesar de a IA estar se aproximando cada vez mais do comportamento humano, é importante o julgamento, a intuição e a empatia dos profissionais de saúde para o cuidado do paciente 

No futuro, espera-se que a IA continue a desempenhar um papel importante, auxiliando os médicos, gestores e outros profissionais a tomar decisões mais precisas e eficazes.

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