Na estreia do encontro online, 4 de maio, a comunidade de TI e Digital Health discutiu o poder de influência que a tecnologia e os dados têm e como as instituições estão utilizando estes recursos de saúde digital para alcançar melhorias no setor.
Overview Global Health Care Outlook - Digital Health Vector
Abrindo a Digital Journey by Hospitalar, Stephanie Allen, Global Health Care sector leader da Deloitte na Austrália, falou sobre o futuro da saúde, para onde ele já estava caminhando e algumas tendências-chave que já estavam acontecendo no período pré-covid. A australiana também falou sobre o que está acontecendo como consequência da COVID-19 e sobre as novas tendências.
Antes do coronavírus, alguns fatores já eram esperados para impactar os gastos do setor de saúde, como o envelhecimento da população, aumento da demanda por atenção à saúde e os avanços clínicos e tecnológicos. “Antes da pandemia, o sistema era reativo e desenhado para diagnosticar e tratar doenças”, afirmou Stephanie. No entanto, era possível notar uma movimentação em direção à assistência proativa, preventiva em tempo real, focada no suporte e apoio das pessoas ao invés de só tratar os pacientes quando eles necessitavam e isso só foi acelerado pela pandemia.
Essa transformação, impulsionada pela pandemia, resultou na maior atividade e engajamento dos pacientes, no maior uso da telemedicina e no uso de tecnologia para o monitoramento de saúde.
Stephanie apresentou as novas tendências. “A inovação no modelo de assistência criou um cuidado virtual, novas parcerias e mercados, disruptores emergentes e equidade na saúde”, afirmou. O coronavírus acelerou a inovação e derrubou barreiras regulatórias, financeiras e comportamentais para permitir a integração do cuidado virtual na saúde para transformação digital e dados interoperáveis.
Outra tendência que alavancou na pandemia foi a colaboração, já que plataformas de dados e analytics, parcerias públicas e privadas e sistemas de saúde como plataformas tiveram que trabalhar juntos para se adequar ao novo modelo.
Industry Talks – MV apresenta tecnologia Low-Code em benefício à saúde
Logo em seguida, no Industry Talks, que aconteceu às 18h35, Sócrates Cordeiro, Diretor na Unidade de Negócios gestão estratégica e qualidade da MV, falou sobre a rápida transformação digital que presenciamos e apresentou uma das soluções da MV, empresa de softwares de gestão para saúde.
Sócrates desenhou um mundo ideal, onde existiria um modelo padrão de sistema e implantação no setor de saúde. No entanto, no mundo real, cada hospital tem o seu processo, sua realidade, sua forma de fazer atendimento e identidade corporativa. Por isso, nenhum sistema é capaz de atender 100% da cadeia de saúde.
O Flow é uma tecnologia low-code, ou seja, não necessita de códigos longos de programação. Isso permite que o cliente crie suas próprias customizações de acordo com a sua própria demanda. “O Flow permite não só o desenho e automação dos processos, mas também a criação de fluxos de trabalho, formulários customizáveis e telas de operação”, afirmou Sócrates.
Com o software, a instituição de saúde tem a liberdade de ajustar fluxos, mapear processos, acompanhar e prever entregas, identificar e eliminar gargalos e medir o desempenho. Essa automação coloca o TI em uma posição ainda mais estratégica.
Pixeon aborda práticas tecnológicas aplicadas na Covid-19 e que serão ampliadas ou substituídas depois da crise pandêmica
Neste painel, que começou às 18h50, Guilherme Hummel, Head-mentor da HIMSS@Hospitalar e mediador do debate, abriu o painel e comentou sobre a rápida transformação que vivemos e que esse é um momento de muita experimentação.
Em seguida, Klaiton Simão, Diretor de TI (CIO) do Hospital Infantil Sabará abordou a evolução da telessaúde. “A pandemia nos trouxe um enorme significado sobre o que significa telessaúde e telemedicina, todos falam do crescimento da telemedicina, mas o que chamam de telemedicina é a teleconsulta”, afirmou. Este é um enorme ganho, mas ainda é preciso expandir o conhecimento sobre o conceito de telemedicina.
No Hospital infantil Sabará foi adotada uma tecnologia chamada Tyto Care que consiste em proporcionar "telexames", ou seja, realizar exames pelo otoscópio, laringe, temperatura e pele, através de um dispositivo fixo que fica com o paciente e manda os dados para a plataforma que é acessada pelo médico. Além disso, foi implantada a teleconsulta para seguimento e acompanhamento de pacientes, seja no pós-cirúrgico, seja para o acompanhamento dos casos leves de Covid.
“É importante observar que nada disso é novo e isso explodiu por causa do novo modelo”, pontuou Klaiton. “Estamos no meio de um processo de mudança cultural que terá como resultado o uso da tecnologia fortalecido e viabilizado para a prevenção além do tratamento. A pandemia fez as instituições, as empresas e as pessoas diminuírem suas barreiras, aceitarem o novo e isso acelerou a digitalização”, conclui.
Em seguida, Ailton Brandão, Diretor de Tecnologia da Informação (CIO) do Hospital Sírio Libanês reforçou o depoimento de Stephanie e Klaiton de que a pandemia foi um grande acelerador de diversas coisas. O Sírio-Libanês já tinha funcionários que trabalhavam de casa e algumas salas com infraestrutura para teleconferência, mas isso teve um aumento exponencial com a pandemia.
Na questão da telemedicina/teleconsulta, o Hospital realizava 1% das consultas ambulatoriais pelo teleatendimento em fevereiro de 2020. Esse número subiu para 51% em abril de 2021.
Antes de passar a palavra, Aílton ainda fez questão de enfatizar que existiam muitas dúvidas no começo da pandemia sobre como o hospital deveria se preparar, na questão de insumos e de equipamentos e na questão de otimização dos processos.
André Gentil, Diretor de Transformação Digital da Pixeon, apesar de concordar que a transformação digital foi acelerada, explicou que as demandas antes eram por eficiência operacional interna, por questões de sistemas e automatizações, mas não se falava de digitalização nem em modelos de negócios diferentes.
A interoperabilidade é o grande gargalo da transformação digital no Brasil para toda a cadeia de saúde. “É importante entender que, se nós, gestores de saúde, não forçarmos uma criação de grandes processos de interoperabilidade, a gente vai continuar sofrendo” afirmou. Então existe agora uma preocupação com a transformação digital na busca por eficiência e na busca pelo melhor atendimento. "Precisamos pensar na transformação digital agora, para no futuro promover um melhor cuidado às pessoas”, concluiu.
Após a contribuição dos 3 convidados, Guilherme Hummel seguiu para a parte de perguntas. O debate completo pode ser encontrado na plataforma da Digital Journey by Hospitalar.
TOTVS apresenta solução que otimiza processos e entrega interoperabilidade na saúde no Industry Talks.
Na Industry Talks, que aconteceu às 19h50, Rogério Pires, Diretor de Healthcare da TOTVS e Pablo Gatti, Head de vendas do segmento de Saúde da TOTVS apresentaram a solução da empresa para otimizar processos da cadeia e entregar a interoperabilidade da saúde.
A ideia foi criar um ecossistema digital que seja mais eficiente, mapeando a jornada dos clientes e redesenhando a cadeia de valor baseado nas novas tecnologias; mais seguro, baseando-se na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD); mais integrável, já que nenhum sistema fará tudo e mais modular, sem desperdiçar valor.
Todos os eventos podem ser acessados através do site da Digital Journey by Hospitalar.